Embora o deputado federal Leo Prates afirme contar com o apoio dos principais líderes do PDT para concorrer à reeleição em 2026, o acordo que selou o retorno da sigla à base aliada do PT na Bahia tornou sua permanência insustentável. Segundo apuração da Metropolítica, a Executiva Estadual do PDT decidiu impor a todos os parlamentares com candidatura prevista para o próximo ano o alinhamento integral ao governador Jerônimo Rodrigues na disputa pelo Palácio de Ondina.
“Leo é aliado de primeira linha de ACM Neto (ex-prefeito de Salvador e virtual candidato ao governo do estado pelo União Brasil). Caso ele se mantenha ao lado de Neto, só restarão dois caminhos: sair por vontade própria ou ser expulso. Outra possibilidade não existe”, revelou um dirigente pedetista.
Cara Contra o Muro
Caciques do PDT afirmaram que, antes das negociações para o retorno da legenda ao bloco governista, Leo Prates tentou duas vezes substituir o deputado federal Félix Mendonça Júnior na liderança do partido na Bahia, mas não obteve a chancela do presidente nacional Carlos Lupi, aliado de Félix Júnior. Como consequência, Prates deve ser afastado em breve da presidência da sigla em Salvador. “Ele achava que as conversas com o PT não prosperariam. Pagou pra ver e perdeu a aposta”, disse outro líder pedetista.
Duas Medidas
Além de Leo Prates, as exigências do PDT para as próximas eleições também atingirão o deputado estadual Emerson Penalva, único representante da legenda na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Penalva, assim como Prates, integra o grupo político liderado por ACM Neto e dificilmente seguirá a determinação do partido de apoiar a reeleição de Jerônimo Rodrigues.
Entretanto, essa imposição não será aplicada à vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, nem aos quatro vereadores pedetistas na Câmara Municipal: Anderson Ninho, Débora Santana, Omarzinho Gordilho e Roberta Caires. “Por enquanto, esses cinco não são candidatos a nada em 2026, e a regra vale apenas para o próximo ano. Só saem se quiserem, mesmo que continuem na base do União Brasil”, afirmou um influente membro do partido.
Pano de Fundo
Internamente, a ruptura do PDT com a ala liderada pelo União Brasil é vista como consequência da perda de força política na Bahia, após a sigla deixar a base do PT e migrar para a oposição. Segundo lideranças, quando estava alinhado ao PT, o PDT baiano chegou a ter quatro deputados federais e cinco estaduais. Hoje, conta com apenas dois na Câmara e um na Alba, sendo que apenas Félix Júnior não integra o grupo de ACM Neto. Agora, a expectativa do partido é recuperar espaço com o apoio do governo Jerônimo.
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