Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que Gustavo Mascarenhas Sobral, identificado como lobista de emendas em dois ministérios do governo federal, realizou transações financeiras suspeitas em 2022 com uma pessoa com foro privilegiado. A informação foi registrada no relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), entregue à PF no âmbito da operação Overclean, deflagrada na última quinta-feira (3).
Sobral é acusado de atuar como intermediário para a liberação de emendas nos Ministérios da Integração e Desenvolvimento Regional e da Agricultura e Pecuária. O Relatório de Inteligência Financeira (RIF) 119832.2.8526.10767 detalha uma movimentação financeira suspeita envolvendo Gabriel Mascarenhas, que transferiu dinheiro para uma pessoa com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF). A PF também destacou que o volume de transações financeiras realizadas por Gabriel Sobral era considerado suspeito, dado seu perfil socioeconômico e a forma fracionada dos depósitos.
Segundo a investigação, Sobral desempenhava um papel central em uma organização criminosa, operacionalizando a liberação de emendas para beneficiar empresas de Alex Parente, como a Allpha Pavimentações. As empresas de Alex e seu irmão, Fabio Parente, têm contratos milionários custeados por emendas parlamentares, e ambos estão sendo investigados na operação.
A decisão sobre Sobral destaca seu envolvimento na liberação indevida de emendas parlamentares e na celebração fraudulenta de convênios com os ministérios envolvidos.
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