Polêmica dos leilões: prefeitura abre nova rodada com 30 terrenos e áreas verdes em Salvador

A prefeitura de Salvador abriu no fim de janeiro uma nova rodada de leilões de terrenos e áreas verdes de propriedade do Município, cuja venda foi autorizada pela Câmara de Vereadores. No total, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) disponibilizou para alienação 30 imóveis localizados em diversos bairros da capital. O terreno de maior valor, com lance inicial de R$ 19,1 milhões, é uma área de 17,5 mil metros quadrados localizada no canteiro central da Avenida Otávio Mangabeira, em Patamares, ao lado do Circo Picolino. Esse é o trecho cobiçado da orla entre Pituaçu e Jaguaribe, atualmente em obras de requalificação.

Filé da cidade

A lista inclui ainda pelo menos outros sete terrenos de alto valor. Entre eles, uma área verde de 7,6 mil metros quadrados no fim da Avenida Paulo VI, Itaigara, onde funcionou um centro de acolhimento a crianças e adolescentes. O lance inicial para essa área é de R$ 18 milhões. Também está disponível um terreno de quase 9 mil metros quadrados na orla de Itapuã, com valor inicial de R$ 13 milhões.

Dupla de milhões

Na mesma leva, a Sefaz liberou os leilões de um terreno de 3 mil metros quadrados na Avenida Orlando Gomes, em Piatã, com lance inicial de R$ 5,89 milhões, e uma área de encosta com 3.160 metros quadrados situada na Rua Cândido Portinari, próximo à orla da Barra, entre o Cristo e o Clube Espanhol, avaliada inicialmente em R$ 4,94 milhões.

Terceiro pelotão

Seguem dois terrenos: um de 6 mil metros quadrados na Rua Assis Valente, em Piatã, e outro de 2,6 mil metros quadrados na Alameda Stella Sol, Stella Maris, onde funciona um estacionamento usado por clientes de estabelecimentos comerciais na região. Os lances iniciais são de R$ 3,66 milhões e R$ 3,2 milhões, respectivamente.

Pra todo lado

A lista dos oito terrenos mais valiosos inclui uma área de 2,2 mil metros quadrados em Alphaville I, com valor inicial de R$ 2,9 milhões. Os outros imóveis estão localizados no Canela, Pituba, Brotas, Rio Vermelho, Mata Escura, São Rafael, Canabrava, Caminho das Árvores, Trobogy e Trobogy.

Lista de compras

Até o fim da tarde desta sexta-feira (14), apenas dois terrenos haviam sido arrematados, conforme informações publicadas pela Sefaz no Diário Oficial do Município. O primeiro foi um imóvel de 337 metros quadrados adquirido por R$ 206 mil. O segundo foi uma área arborizada de 706 metros quadrados localizada na Rua Conselheiro Pedro Luiz, no Rio Vermelho, comprada por R$ 1,78 milhão. O arrematante deste último foi o próprio dono da revenda de combustíveis localizada nas proximidades.

Para relembrar

Desde o início de 2024, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) tem sido alvo de críticas devido aos leilões de áreas verdes na capital, um processo que foi intensificado a partir da primeira gestão de ACM Neto, iniciada em 2013. A principal polêmica surgiu com a tentativa de leiloar um terreno de quase 7 mil metros quadrados na encosta do Corredor da Vitória, às margens da Baía de Todos os Santos, que desperta interesse de investidores para a construção de um espigão de alto luxo.

Barrados no baile

Em março do ano passado, a Justiça Federal suspendeu o leilão do terreno da Vitória a pedido do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU), alegando que se trata de uma Área de Proteção Permanente (APP), protegida pela legislação ambiental e pela Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município. O CAU também conseguiu barrar a venda de um terreno na encosta do Alto do Itaigara, entre o Parque da Cidade e o Hospital Teresa de Lisieux, na Avenida ACM.