A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), está conduzindo uma operação que investiga irregularidades graves em um contrato de prestação de serviços de transporte escolar no município de Santaluz, localizado a cerca de 275 km de Salvador, na Bahia. A operação, que teve início em 11 de julho de 2024, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em várias cidades do interior baiano. O caso envolve a contratação de uma empresa que não possuía a estrutura necessária para atender o contrato e que supostamente esteve envolvida em um esquema de fraude em licitação, com um montante superior a R$ 8 milhões.
De acordo com a PF, a prefeitura de Santaluz abriu um pregão eletrônico em 2022 para a prestação do serviço de transporte escolar, que visava a execução de 89 rotas na cidade. No entanto, a empresa vencedora da licitação não possuía funcionários registrados e contava com apenas cinco veículos, uma frota insuficiente para a execução do contrato.
A investigação apontou que, apesar de apresentar a proposta com o maior preço no pregão eletrônico, a empresa foi escolhida devido à inabilitação das outras nove empresas concorrentes, que apresentaram propostas com valores mais baixos. Esse processo resultou em um superfaturamento estimado em cerca de R$ 3 milhões, gerando fortes indícios de fraude. Além disso, algumas das empresas inabilitadas foram pagas pelo grupo empresarial vencedor logo após serem excluídas da licitação, levantando suspeitas sobre um possível esquema de corrupção envolvendo a contratação irregular.
A operação não se restringe apenas ao município de Santaluz. Mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos nas cidades de Conceição do Coité, Capim Grosso, Itiúba, Senhor do Bonfim e Várzea da Roça, todas localizadas no interior da Bahia. Segundo a Polícia Federal, os investigados enfrentarão acusações graves, como responsabilidade do prefeito, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de capitais.
A Polícia Federal não revelou a identidade dos envolvidos, mas assegurou que a investigação continua em andamento. A CNN Brasil entrou em contato com os alvos da operação, mas ainda aguarda retorno para comentar sobre o caso.
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